segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um mar de pão

Alentejo, 25 de Junho de 2011, são duas horas de uma tarde escaldante, com a temperatura a rondar os 40º ao sol. Está um daqueles inícios de tarde modorrentos, em que só apetece dormir uma sesta ou então ficar sentado num qualquer lugar, de preferência com ar condicionado.
Estou no meu estúdio à espera que sequem as primeiras aguadas do que há-de ser uma vista sobre a cidade de Évora, que agora iniciei, quando ao afastar-me do cavalete para ver como está a ficar o trabalho, o meu olhar se detém numa aguarela que pintei no ano passado e a que dei o nome de, "Um mar de pão". Veio-me então à lembrança (não que eu tenha vivido esses tempos) que, há muitos anos atrás, ranchos de homens e mulheres trabalhavam de sol a sol debaixo de canículas como a de hoje, no meio de mares de trigo escaldante, lutando para arrancar à terra o tão precioso pão.
 Para eles, vai a minha singela homenagem.   

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